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Soja: Atraso das lavouras nos EUA, câmbio e frete travam vendas da safra nova do BR

Soja: Atraso das lavouras nos EUA, câmbio e frete travam vendas da safra nova do BR

Se nos Estados Unidos o atraso do desenvolvimento das lavouras preocupa, no Brasil o que chama a atenção é o atraso dos negócios da nova safra, que se mostram mais lentos do que a média dos últimos anos. Uma combinação de fatores que ainda são muito incertos mantém os sojicultores ausentes do mercado neste momento e aguardando por oportunidades que possam trazer, principalmente, melhor renda.

Nas últimas semanas, a volatilidade na Bolsa de Chicago e mais um recuo expressivo do dólar acabaram por resultar em um novo quadro de pressão sobre o mercado brasileiro, principalmente no preço futuro da soja. Depois de superar os R$ 4,00 há alguns meses, a moeda norte-americana voltou à casa dos R$ 3,70, refletindo a evolução da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Ao mesmo tempo, a volatilidade na Bolsa de Chicago também sobre as referências, com o mercado se ajustando, quase que diariamente, a todos os cenários atípicos que este ano vêm sendo observados na safra norte-americana. As condições das lavouras são bastante ruins, o desenvolvimento atrasado pode levá-las a um período onde as condições de clima não são favoráveis às plantas e os mapas climáticos trazer uma novidade a cada atualização.

No Brasil, as mudanças no Plano Safra, a restrição no volume de crédito e um ano que também traz uma série de mudanças no quadro político e econômico contribuem para esse avanço mais contido das vendas antecipadas. Como explicou o diretor do Sindicato Rural de Cascavel/PR, Modesto Félix Daga, não faltou verba para o custeio da safra, mas a aprovação dos recursos se mostrou mais lenta este ano.

Os custos de produção mais altos também são mais um componente deste quadro. Ainda segundo Daga, os fertilizantes estão bem mais caros este ano, principalmente aqueles à base potássio, bem como os fungicidas. O óleo de diesel é mais um ponto de atenção e de encarecimento dos custos da nova temporada.

A logística é mais uma preocupação. Com o tabelamento ainda vigorando, a incerteza do valor dos fretes segue incerto e isso mantém os negócios lentos e pontuais. “Essa tabelamento é o produtor quem vai paga, o valor pode encarecer e é por isso também que o produtor está inseguro em relação ao preço futuro. E isso mantém a fixação da nova safra ainda bem fraca”, diz o diretor do Sindicato Rural.

Para José Eduardo Sismeiro, diretor da Aprosoja Brasil, o cenário para este início de nova safra é “bastante desanimador” neste momento. Segundo ele, os custos maiores agora diante de um dólar mais baixo – que provoca uma baixa nos preços de venda – vai prejudicar muitos produtores.

Assim, Sismeiro alerta para a necessidade que o sojicultor terá de garantir uma boa produtividade este ano para poder compensar seus gastos e investimentos. “Será preciso muita soja para pagar os custos. Para o arrendatário, isso preocupa ainda mais. Sem falarmos de custos totais, serão ao menos 45 sacas por hectare (ao referir-se sobre sua região em Goioerê, no Paraná) somente de custo”, diz.

O diretor da Aprosoja BR não destaca somente a alta dos insumos, mas também a alta carga tributária e o incremento nos custos de maquinários. E afirma, “estão todos com os mesmos problemas, as mesmas preocupações. Antigamente, se colhia menos, mas se vendia melhor. Hoje colhemos mais, mas a dificuldade de se vender bem é maior”.

Complementando, Sismeiro fala ainda que os juros mais altos do Plano Safra são outro ponto de atenção e preocupação, uma vez que essa ‘dificuldade’ acaba por reduzir a competitividade do produtor brasileiro. Concluindo, lembra ainda dos gargalos que o mecanismo nacional de seguro agrícola ainda enfrente, ao mesmo tempo em que produtores americanos recebem subsídios do governo e podem, ao menos, garantir o mínimo de sua renda.

Sobre a demanda, o país permanece como principal fornecedor do maior comprador mundial da oleaginosa e com boas perspectivas na exportação. Apesar disso, o produtor sabe que o conflito comercial entre China e Estados Unidos, que trouxe quase toda a demanda da nação asiática para o Brasil, mantém uma pressão significativa sobre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago.

Para o diretor do Sindicato Rural de Sorriso/MT, Luimar Gemi, mais uma preocupação: o clima para a próxima safra. “Quando será o início das chuvas? Conseguiremos fazer o plantio dentro da janela ideal. Os produtores se perguntam isso também neste momento”, diz ele. No maior estado produtor de soja do Brasil, ainda segundo Gemi, as preocupações são as mesmas, bem como as dúvidas e incertezas, e “com isso, temos um dos menores volumes de venda futura fixado dos últimos anos”.

“Os níveis estão bem abaixo do que os produtores estão pedindo, os preços ainda não são satisfaórios. E os produtores também estão preocupados com o câmbio e com os prêmios. Precisamos de boa produtividade e, para se ter boa produtividade é preciso investir na lavoura, além do básico. Mas o que se vê este ano é o produtor fazendo o básico, e isso vai trazer uma produtividade limitada”, relata o diretor.

Ao Notícias Agrícolas, quatro analistas de mercado relacionaram todos estes fatores ao ritmo em que as vendas da nova safra avançam e, assim, registram que momento é este para o produtor brasileiro.

Mário Mariano, Novo Rumo Corretora

Para Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, o atraso das vendas nesse momento se dá, principalmente, pela falta de lucratividade do sojicultor no Brasil. “O produtor hoje tem um custo elevado para a nova safra e um retorno absolutamente ridículo. A questão maior que envolve o rendimento de lucro do produtor é o preço que as indústrias e os exportadores recomendam devido, principalmente, ao elevado custo do transporte, que beiram o ridículo as tabelas que o governo criou no ano passado e que manterá pelos próximos dois anos”, diz.

Ademais, no mercado internacional, Mariano destaca os estoques de passagem nos EUA – que já são conhecidos – “o governo americano coloca dinheiro do Tesouro no bolso do produtor para que ele tenha uma renda extra devido ao desfavorecimento comercial em função do conflito com a China”.

Ênio Fernandes, Terra Agronegócios

“Esses movimentos muito intensos (na CBOT) são de insegurança no mercado. Até o dia 12 (quando o USDA traz seus novos dados de área) será essa extrema insegurança, assim, até lá as vendas aqui no Brasil vão ser lentas”, acredita o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. Depois desse dia, dependendo do que trouxer o relatório, as estratégias serão refeitas e os negócios podem ou não assumir um novo ritmo.

Mais do que as vendas lentas, Fernandes afirma ainda que as compras também estão lentas. “Quem compra também está inseguro sobre o que vai acontecer, o que o USDA vai colocar no relatório. E a China deu uma parada de comprar aqui no Brasil, está comprando apenas pontualmente aqui e nos EUA, estamos com as exportações muito boas de milho. Mas a China não está posicionando até o final do ano, está posicionada só até agosto, então ela vai ter que comprar (às compras) e isso pode fazer o mercado se movimentar. E ela vai segurando porque não sabe o que o USDA vai tarzer”, completa.

Marcos Araújo, Agrinvest Commodities

Em uma conta rápida, o analista de mercado Marcos Araújo mostra que os preços futuros da soja no Brasil perderam cerca de R$ 4,00 por saca nos últimos dias no interior do país. De 31 de maio até agora, foi registrada uma alta de cerca de US$ 0,04 por bushel, porém, a taxa de câmbio futuro perdeu praticamente R$ 0,21.

“É por isso que o produtor está muito ausente da venda futura. Nesse momento, muitos produtores estão concentrados na conclusão da colheita do milho safrinha e, com a taxa de câmbio não ajudando, o mercado e as tradings, em contrapartida, se resguardando, fazendo um desconto do frete logístico para o ano que vem em função da continuidade do tabelamento, resumindo, taxa de câmbio e frete travam a comercialização neste momento”, explica.

Mais do que isso, Araújo traz a demanda e a necessidade dos chineses de se abastecerem de soja como o fiel da balança. “A China precisa comprar 60% da sua demanda para o mês de setembro e, entre o período de outubro a janeiro, está comprada apenas 10% de sua demanda. Em algum momento, ela terá que voltar para comprar isso”, diz.

Assim, sua recomendação para o produtor brasileiro é “de que ele venda Chicago e deixe em aberto prêmio e o dólar futuro”, conclui.

Vlamir Brandalizze, Brandalizze Consulting

Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o atraso do desenvolvimentoo da safra dos Estados Unidos é mais um fator de atraso nas vendas da nova safra do Brasil. “O produtor está na expectativa de ver o desenrolar da safra, em todas as regiões (do Brasil) é quase unânime a opinião dos produtores de que parte das lavouras (nos EUA) que vai sofrer com o inverno”, diz,

Além disso, Brandalizze afirma ainda que, estando mais capitalizados, os produtores brasileiros não se preocupa em vender neste momento. E vendo essa calmaria no dólar, pode comprar parte de seus insumos ainda mais barato. “É por isso que o ritmo dos negócios é lento e vai continuar lento até que haja uma evolução de preços, porque já venderam no porto a R$ 85,00/R$ 86,00 e entre R$ 79,00 e R$ 80,00 não há quem queira vender. As opções de venda de que se comenta é de R$ 85,00 em diante”, completa o consultor.

Por: Carla Mendes | Fonte: Notícias Agrícolas

Triagem Canto Nativo

Triagem Canto Nativo

INSCRIÇÃO NOME DA COMPOSIÇÃO RITMO AUTOR DA LETRA COMPOSITOR CATEGORIA
125 A SOMBRA CHAMARRA GUTO GONZALES TUNY BRUM geral
375 A Última Estrofe Chamamé Romulo Chaves Cirilo Sperotto geral
314 Pra quem se foi Chamamé Zé Renato Daudt Rainéri Sphor geral
199 SENHORA CHAMAMÉ Márcio Nunes Corrêa CAINE TEIXEIRA GARCIA geral
162 tempo tropa e corredor milonga arrabalera Jarbas Batu e Odegar Banolas Neto marcelinho carvalho geral
157 Acordei com Uma Milonga Miloonga João Sampaio Felipe Goulart geral
266 CONFLITOS Milonga jorge L. M. Rodrigues Henrique Mendes Rodrigues local
302 Pra Moça Que Me Esperou Milonga Juliano Santos João Fernando Perusatto local
379 Um verso que sai de mim MILONGA Jeferson Silva Renan Gonzatto local
307 De Drones e Pandorgas Chamame Davi Teixeira Paulo Maximiliano Philippsen quebra costelas
268 Andejo e andador Milonga Arrabalera Helder Renato Naimayer Vieira Rainieri Sphor quebra costelas
328 De Minuano e Invernia MILONGA Rodrigo Rodrigues da Silva Rivelino Rodrigues da Silva regional
131 PÉ NO ESTRIBO CHAMARRITA Juca Moraes Alexandre Giacomini regional
323 Geração campo e cavalo chamarra João Carlos konig Cássio Figueiró regional
86 HOMENS DE CAMPO MILONGA Vitor Fioravante Bertei e Dalvan Medina Marcelinho de Carvalho regional
224 Uma Milonga Apenas Milonga Arrabalera Cristiano Sonntag Cristiano Sonntag regional
Brasil começa novo ano-safra com produtores preocupados com o dólar

Brasil começa novo ano-safra com produtores preocupados com o dólar

O ano-safra 2019/2020 começa nesta segunda-feira (1º) com os produtores rurais preocupados com o comportamento do dólar durante a temporada. A moeda americana é ferramenta fundamental para o setor: ela define se o agricultor terá lucro ou não ao final do ciclo.

Segundo analistas e produtores ouvidos pelo G1, com o dólar alto frente ao real, o preço pago pelo cultivo, que é referenciado pela moeda estrangeira, está em baixa. E o custo de produção, que também se baseia no dólar, está alto, deixando uma margem de lucro apertada ou, em alguns casos, até mesmo prejuízo para os empresários do campo.

Outro ponto de atenção a partir de agora é o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, anunciado na sexta-feira (28). O agronegócio foi um dos setores beneficiados com a negociação, mas ainda não há definição sobre quando o pacto começa a valer e o tamanho do impacto.

Agronegócio é uma das alavancas do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — Foto: Rodrigo Sanches/G1Agronegócio é uma das alavancas do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Agronegócio é uma das alavancas do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Apesar de a “virada” de ano-safra acontecer agora, isso não significa que toda a produção agrícola do país começa no meio do ano (leia mais ao fim da reportagem).

Este período é marcado pelo planejamento das culturas de verão, como soja e milho, que estão entre as maiores do país, e pelo início da negociação de outras, como café, algodão e cana-de-açúcar. Nesta fase, os agricultores criam expectativas, projetam o quanto vão investir na produção e o retorno esperado.

A partir desta segunda, eles podem acessar o crédito rural subsidiado pelo governo federal nos bancos. O recurso, anunciado no lançamento do Plano Safra, há duas semanas, serve para ajudar a pagar os investimentos na temporada.

O valor disponível para financiamentos é de R$ 222 bilhões, mesmo número do último ciclo.

Competitividade em xeque

A temporada 2018/19 deve ter a maior safra de grãos da história(328,9 milhões de toneladas). A que começa agora tem como desafio elevar este patamar e continuar sendo uma das alavancas do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Mas o dólar tem sido mais um problema do que uma solução para o setor.

Dependentes da moeda americana para comprar os principais insumos para a produção, como fertilizantes, os agricultores enfrentam a diferença entre a moeda americana e o real como um problema de competitividade com o maior concorrente no mercado mundial: os Estados Unidos.

Com desvantagem no câmbio, o setor reclama que o preço que os agricultores estão recebendo pelos produtos estão em queda no mercado internacional, que também é remunerado em dólar.

“O produtor tem um custo alto e tem dificuldades para ser competitivo. Não sabemos quanto vai ser o dólar [no início da safra] e isso interfere no custo. Porque não sabemos depois, na [hora de vender a] safra, se o dólar vai estar baixo”, explica Bartolomeu Braz, presidente da associação dos produtores de soja (Aprosoja).

Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o dólar tende a ser mais previsível do que em outras safras, mas ainda em um patamar elevado.

A previsão dele é de que a moeda americana termine o ano valendo por volta de R$ 4,05 e que tenha um valor parecido no primeiro semestre de 2020.

Já o relatório “Focus” do Banco Central, pesquisa que reúne economistas de diversas instituições financeiras, estima a moeda americana em R$ 3,80 tanto em 2019 como no próximo ano.

O diretor de commodities da consultoria INTL FCStone, Glauco Monte, no entanto, acredita que, mesmo com o dólar alto para a compra de insumos, a recuperação dos preços no mercado internacional junto com a moeda americana valorizada pode oferecer mais renda aos agricultores.

“No geral, eu vejo uma safra 2019/20 melhor que quando projetamos a 2018/19. Temos o câmbio em um patamar relativamente alto, o que é uma vantagem. Existem os custos, mas, no geral, o cenário é bem positivo, de recuperação de preços para as principais culturas”, afirma.

Alternativas para não ficar ‘no vermelho’

Sem a certeza de que o investimento vai ter retorno, o cenário é de cautela entre as principais culturas (veja as perspectiva dos produtores). No caso da soja, principal produto de exportação do Brasil, os agricultores estão com pouco recurso para investir.

Segundo a Aprosoja, eles estão optando pela troca da produção da futura safra por insumos (conhecida como “barter”) em vez de ir atrás de financiamentos bancários.

Produtores de café buscam alternativas para se protegerem de preços baixos — Foto: Reprodução/EPTVProdutores de café buscam alternativas para se protegerem de preços baixos — Foto: Reprodução/EPTV

Produtores de café buscam alternativas para se protegerem de preços baixos — Foto: Reprodução/EPTV

No segmento do café, após a colheita recorde em 2018 e, consequentemente, os preços baixos no mercado, os produtores vão usar os recursos do Plano Safra para ajudar a retirar do mercado cerca de 10 milhões de sacas de 60 kg por meio de uma penhora, chamada de “ordenamento da oferta”.

Eles deixam o café em estoques de cooperativas cadastradas no programa e recebem o valor de mercado no momento da entrega. Se os preços subirem, o agricultor tem a opção de devolver o dinheiro, retirar o produto e vender normalmente no mercado.

Essa medida, segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), ajuda a equilibrar os preços.

Produtores de milho terão de usar mais linhas de financiamento na safra 2019/20 — Foto: Reprodução/TV Grande RioProdutores de milho terão de usar mais linhas de financiamento na safra 2019/20 — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

Produtores de milho terão de usar mais linhas de financiamento na safra 2019/20 — Foto: Reprodução/TV Grande Rio

Já os produtores de milho estão com dificuldades para financiar a produção e vão precisar utilizar mais as linhas de financiamento do que em outros anos.

A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) aponta que, em 2017, cerca de 40% dos agricultores tinham capital próprio para iniciar a safra. Nesta temporada, apenas são 19%.

No setor do algodão, a possibilidade de o produtor dar apenas uma parte da propriedade como garantia bancária para financiamentos, novidade deste Plano Safra, juntamente com a possibilidade de captar recursos em dólar, podem estimular mais investimentos nas propriedades, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Nova safra, velhos problemas

O ciclo agrícola é novo, mas problemas antigos ainda incomodam as principais cadeias produtivas do agronegócio. Lideram as reclamações as condições das estradas brasileiras, especialmente no Centro-Oeste.

Outro entrave apontado pelos setores é o tabelamento do frete rodoviário.

“A infraestrutura logística impacta diretamente [no agronegócio], precisamos de ferrovias, hidrovias, precisamos construir mais modais porque temos uma logística problemática. Outro problema é o tabelamento do frete, que está tirando a competitividade do produtor”, critica Braz, da Aprosoja.

A reclamação do setor do milho é a burocracia para acessar o crédito rural subsidiado pelo governo que, segundo os produtores, continua ano após ano.

“O crédito [do Plano Safra] está barato, mas demora para chegar porque o produtor demora um mês, às vezes até mais, para conseguir acessar o crédito, deviam ter lançado [o plano] bem antes [de 1º de julho]”, afirma Glauber Silveira, vice-presidente da Abramilho.

Por que o ano-safra começa em julho?

O dia 1º de julho foi escolhido para o início do ano-safra em 1990, quando foi lançado o primeiro Plano Safra, chamado à época de “Diretrizes do Governo para Modernizar a Agricultura”. O nome atual foi oficializado em 1992.

O ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Benedito Rosa explica que o governo escolheu essa data porque quase toda a produção agrícola do país estava concentrada no segundo semestre.

“Era uma forma de o governo garantir apoio financeiro para quem estava iniciando a safra e, depois, ajudava com recursos para a comercialização da produção [no primeiro semestre]”, conta.

Ele acredita que o calendário implementado na década de 1990 não está atualizado com a produção rural brasileira dos anos 2010.

“Antigamente, isso fazia sentido, mas agora temos produção o ano todo: uma, duas, três safras… acredito que esse calendário já não faça mais sentido”, diz Rosa.

Por Rikardy Tooge, G1 — São Paulo / Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo

Safra de grãos no PR deve crescer 6%

Safra de grãos no PR deve crescer 6%

Puxada pelo milho, produção total está estimada em 37,6 milhões de toneladas

A produção de grãos da safra paranaense 2018/19 deverá chegar a 37,6 milhões de toneladas, segundo relatório mensal divulgado na última terça-feira (18) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Esse volume é 6% maior na comparação com a safra 2017/18 e representa um acréscimo de 467 mil toneladas à estimativa do mês de maio, impulsionado pela produção de milho, que tem apresentado um ciclo satisfatório no Estado. A área plantada deve somar 9,8 milhões de hectares, 1% a mais do que na safra anterior.

O avanço da colheita, especialmente do milho safrinha, que já ultrapassa 20% da área de 2,24 milhões de hectares, mostra um ganho de produtividade. “A produção de milho de segunda safra pode chegar a 13,5 milhões de toneladas, cerca de 400 mil a mais do previsto na estimativa anterior”, diz o chefe do Deral, Salatiel Turra.

Outro indicador é a produção do feijão de segunda safra, que deve ser 30% maior do que no ano passado e está com a colheita quase encerrada, em 96%. Assim, os preços voltaram aos padrões normais para o consumidor. Na reavaliação das estimativas, com a colheita da soja encerrada, confirmou-se uma redução de 15% na produção em relação ao ano passado, decorrente do clima adverso. O relatório do Deral registra perda de mais de 3,2 milhões de toneladas entre a estimativa inicial e a final.

Quanto ao trigo, confirmou-se redução de área de 9%. “De qualquer forma, nossa previsão de safra tende a ser 15% maior do que no ano passado, quando colhemos 2,8 milhões de toneladas. Neste ano, vamos passar pra 3,2 milhões se o clima ajudar e tivermos boas práticas de manejo no campo”, afirma o chefe do Deral.

Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, apesar de alguns prejuízos, o Estado terá uma safra significativa. “Na estimativa total de produção de grãos, são mais de 2,2 milhões de toneladas na comparação com o ano passado, o que mantém o Paraná como vice-líder na produção nacional”, disse. Segundo ele, esse dado foi reforçado também pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou a estimativa da safra brasileira no dia 11, indicando uma possível segunda safra histórica, com melhor produtividade também em outros estados.

Segunda safra de milho

A safra paranaense tem boas expectativas para a produção de milho, principalmente na região Oeste. Na comparação com a estimativa do mês passado, o ganho foi de aproximadamente 400 mil toneladas, somando agora 13,5 milhões de toneladas para esta safra, 47% maior do que na safra 17/18. A primeira e a segunda safra totalizam expectativa de produção de 16,5 milhões de toneladas, aproximando-se do recorde paranaense, que foi de 17 milhões na safra 16/17.

Com as boas condições do clima, estima-se que ocorra um avanço significativo nos próximos 20 dias. “Não há grandes indicativos de chuva e a umidade está baixa. Provavelmente chegaremos a um terço de colheita até o fim do mês. Geralmente, a colheita atinge cerca de 10% neste mesmo período. Cascavel e Toledo devem avançar de forma mais significativa”, analisa o técnico do Deral, Edmar Gervásio.

Os preços do milho reagiram na última semana e chegaram aos valores próximos da safra anterior. Hoje, o preço recebido pelo produtor está próximo de R$ 29 a saca de 60 kg. “Isso é reflexo das condições do mercado norte-americano. Lá, o excesso de chuva impediu o plantio de mais de um milhão de hectares”, explica Gervásio. Segundo ele, com o plantio americano, que deve estar mais definido nos próximos 15 dias, a tendência é de estabilização nos preços.

Soja

A produção de soja atingiu 16,2 milhões de toneladas, representando cerca de 17% de quebra, decorrente da seca e clima quente registrados do início da safra. Segundo o Deral, 63% da produção está comercializada, um pouco abaixo da média dos últimos 3 anos, de 66%.

No mesmo período do ano passado, a comercialização chegou a 68%. “O produtor está optando por segurar as vendas agora, na expectativa de que os preços aumentem”, diz o economista do Deral, Marcelo Garrido. Fatores como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o atraso no plantio norte-americano e as variações do dólar estão afetando os preços. No mercado interno, a instabilidade da política brasileira reflete diretamente no dólar, um indicador decisivo para a exportação.

Os preços da soja estão próximos a R$ 70 a saca de 60 kg. No ano passado, foi comercializada por R$ 72. “O produtor já está olhando para a próxima safra e acompanhando a questão da safra americana”, afirma Garrido. Segundo ele, provavelmente na safra 19/20 o Brasil pode ter produção maior que a dos EUA, pois as chuvas estão dificultando o plantio. A partir de julho, será possível apontar tendências mais concretas sobre os impactos da safra americana na produção brasileira. No dia 10 de junho, o Paraná iniciou o vazio sanitário da soja, que segue até 10 de setembro.

Trigo

A estimativa de área do trigo mantém-se em um milhão de hectares, mas é 9% menor do que na safra passada. Apesar de o plantio ter sido praticamente paralisado com os dias chuvosos das semanas anteriores, agora avança e atinge 87% da área.

O período seco depois as chuvas intensas no Paraná contribuiu para esse resultado, favorecendo a entrada das máquinas a campo. As condições das lavouras plantadas estão 95% boas e 5% médias. No mesmo período do ano passado, os índices eram de, respectivamente, 79% e 17%. A expectativa de produção é de 3,2 milhões de toneladas, 15% a mais do que na safra anterior.

O destaque negativo do atual relatório está nas áreas mais secas do Norte Pioneiro, região que tradicionalmente tem problemas com a falta de umidade. “Estamos com 3% da área em floração e, com isso, mais suscetíveis a geadas”, afirma o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Winckler Godinho. “A partir de agora, começa um período mais crítico para o trigo, quando necessita de um pouco mais de água e não sofrer com geadas fortes nas regiões que estão entrando em florescimento”, acrescenta. Apesar de começar a safra com valores melhores do que em 2018, agora o preço do trigo no Paraná estabilizou na comparação com o ano passado, e a saca de 60 kg é comercializada por R$ 46.

Fonte Datagro

Preços agrícolas mantém trajetória de queda

Preços agrícolas mantém trajetória de queda

Dos produtos analisados, 11 sofreram redução e 8 oscilaram positivamente

O IqPR – índice que mede a flutuação dos preços recebidos pelos agricultores paulistas – registrou queda de 1,06% na segunda quadrissemana do mês de maio de 2019, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. 

Dentre os produtos que apresentaram aumento de preços quando comparados com o mesmo período do mês anterior, destacaram-se: batata (9,14%), arroz (5,73%), carne de frango (5,37%) e amendoim (3,11%). 

No caso da batata, a oferta menor fruto da redução das áreas cultivadas e das chuvas que nas últimas semanas dificultaram as colheitas se apresenta como principal indutor dessa alta dos preços na safra de outono. Nota-se que os preços atuais estão 230% maiores que os vigentes no mesmo período de 2018, explicam Danton Leonel de Camargo Bini e Eder Pinatti, pesquisadores do IEA.   

Dos 11 produtos que sofreram redução de preços no período analisado, destacam-se: banana nanica (23,88%), feijão (21,36%) e laranja para mesa (15,02%). 

Fonte: Sec. de Agricultura de SP / Por Notícias Agrícolas

Demanda global por milho deverá registrar alta de 25% até 2026

Demanda global por milho deverá registrar alta de 25% até 2026

Consumo será puxado pela Ásia, com previsão de aumento em torno de 53%

O consumo mundial de milho deverá atingir 1,191 bilhão de toneladas em 2026, alta de 25% [+ 240 milhões de toneladas] sobre o volume consumido em 2016 [951 milhões de toneladas], apontam projeções de estudo da Farsul, com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

O documento, coordenado pelo economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, destaca que a demanda será puxada pela Ásia. O consumo no continente asiático deverá registrar avanço de 53% até 2026, o que corresponde a um incremento de 127,26 milhões de toneladas sobre o montante de 2016.

Considerando a mesma base de comparação, a expectativa é que a demanda cresça 38% nas Américas [+90,91 milhões de toneladas], cerca de 7% na África [+15,7 milhões de toneladas] e aproximadamente 2% na Europa [5,45 milhões de  toneladas].

Fonte e Foto: Datagro

Bolsonaro anuncia R$ 1 bi para o seguro rural e defende isentar de punição proprietário rural que ferir invasor

Bolsonaro anuncia R$ 1 bi para o seguro rural e defende isentar de punição proprietário rural que ferir invasor

O presidente Jair Bolsonaro visitou a Agrishow na abertura do evento, na última segunda-feira (29), em Ribeirão Preto (SP), e criticou as multas ambientais no campo.

“O homem do campo tem que ter prazer em receber o fiscal e, num primeiro momento, ser orientado. Para que ele possa cumprir as leis. É isso que nós queremos”, afirmou.

O presidente também anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para o seguro rural do Plano Safra do Banco do Brasil. E defendeu juros menores junto ao presidente do banco, Rubens Novaes.

“Eu apenas apelo, Rubens — me permite fazer uma brincadeira aqui, né?–, eu apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você se parecer um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais. Tenho certeza que as nossas orações tocarão seu coração”, afirmou.

A brincadeira não pegou bem no mercado financeiro e gerou uma queda temporária no valor das ações do BB. O porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, comentou que o pedido do presidente foi apenas informal.

Excludente de ilicitude

O presidente também disse que vai enviar ao Congresso um projeto de lei que autoriza qualquer produtor rural a reagir no caso de invasão de sua propriedade. Segundo ele, o fazendeiro que defende a sua terra deve ficar livre de punição.

“É uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo, é fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude, ou seja, ele responde, mas não tem punição.”

A medida foi criticada por autoridades e especialistas, que consideram que esse tipo de política pode ter o efeito contrário. E aumentar a violência no campo.

“A gente tira do estado a responsabilidade de mediar conflitos no campo e delega para o produtor rural a possibilidade de matar em legítima defesa. Não é isso que a gente quer para o Brasil. A gente quer melhorar estrutura, e um estado defendendo mais os seus cidadãos”, opinou Carolina Ricardo, diretora Instituto Sou da Paz.

O advogado Ademar Borges, especialista em direito penal, afirma que a medida sugerida pelo presidente vai contra a Constituição e gera confusão. Segundo ele, o direito à vida humana não pode valer menos do que o direito à propriedade.

“Se essa lei viesse a ser aprovada, ela estaria colocando a propriedade em uma posição de superioridade em relação à vida, o que não é minimamente compatível com a nossa Constituição, que dá uma proteção superior ao bem jurídico da vida, em relação à propriedade”, avaliou.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ponderou que o projeto ainda está em discussão. Segundo ele, falar sobre o assunto no momento é prematuro.

Por Globo Rural

Faturamento da produção agropecuária deve encerrar 2019 em R$ 588,8 bilhões

Faturamento da produção agropecuária deve encerrar 2019 em R$ 588,8 bilhões

Neste ano, o setor pecuário deve ter aumento de 2,6%, enquanto que as lavouras terão estabilidade

DATAGRO

O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária brasileira deve atingir R$ 588,8 bilhões em 2019, leva alta de 0,8% sobre os 584,3 bilhões registrados no ano passado. Segundo informações do Ministério da Agricultura, desse montante, as lavouras representam R$ 392,4 bilhões e a pecuária, R$ 196,4 bilhões. Neste ano, o setor pecuário deve ter aumento de 2,6%, enquanto que as lavouras terão estabilidade.

Os preços agrícolas de diversos produtos e a produtividade agrícola são os principais responsáveis pelos resultados do VBP estimado para este ano. Para a maior parte dos produtos analisados os preços reais estão acima dos do ano passado e alguns apresentam recuperação.

Os dados mostram que milho, algodão, laranja, feijão e batata-inglesa apresentam as maiores taxas de crescimento real no valor. Feijão e batata-inglesa lideram os aumentos de valor com 105,1% e 98,4%, respectivamente. O algodão alcança o valor mais elevado na série estudada, R$ 40,3 bilhões. Este valor supera em duas vezes o da produção do café, que pelo terceiro ano consecutivo tem redução, destaca José Gasques, coordenador geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os produtos que têm apresentando pior desempenho são arroz, com queda de 8,4% do VBP, café (-19,6%), cana-de-açúcar (-6,3%), mandioca (-4,2%) e soja (-12%). Na pecuária, suínos, leite e ovos também têm apresentado redução de valor em relação a 2018.

Os resultados regionais mostram que o Centro-Oeste e o Sul lideram o VBP, vindo a seguir, Sudeste, Nordeste e Norte. Os estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são responsáveis por 59,4% do VBP do país e por 89% do valor das lavouras.

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