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Segundo a entidade, custos de produção da oleaginosa são os maiores da história.

Produzir alimentos no Brasil está cada vez mais caro e tirando a competitividade do setor produtivo. Este foi o recado dado pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) ao presidente Jair Bolsonaro, durante encontro realizado na última sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Ao fazer uma apresentação sobre os principais desafios da produção ao presidente da República, Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja Brasil, disse que os custos de produção são os maiores da história.

“Os produtores de soja estão com dificuldades para honrar seus compromissos. Na época em que colhíamos 40 sacas por hectare tínhamos renda. Agora produzimos mais de 60 sacas por hectare e não temos renda. Produzir alimentos está cada vez mais caro”, afirmou.

Promovida para discutir políticas públicas que possam tornar a agropecuária e o agronegócio brasileiro mais competitivos, a reunião contou com a presença do ministro chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, do líder do governo na Câmara Federal, deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), e de representantes de entidades do setor agropecuário.

Em relação ao futuro do Mercosul, Bartolomeu defendeu mudanças e um olhar para o livre comércio, de tal forma que permita que haja melhores condições aos produtores rurais para a compra de insumos e equipamentos de países vizinhos.

“Por que não nós não podemos comprar os mesmos produtos de outros países da mesma forma como os nossos produtos saem daqui para lá? Esse agro da porteira para fora está sacrificando o produtor rural que está endividado e buscando uma forma de sair dessa situação”, frisou Bartolomeu.

A dificuldade de acesso dos produtores rurais em relação ao seguro foi outro ponto abordado pelo presidente da Aprosoja Brasil.

“Coloquei para o presidente que poucas áreas são cobertas por seguro e, com isso, quando há uma condição climática, como houve este ano, ocorre um novo endividamento entre os produtores. A Aprosoja tem trabalhado muito para viabilizar a produção. O governo precisa entender que agronegócio é uma coisa, agropecuária é outra. O agronegócio sem agropecuária não existe. A agropecuária é o grande motor que impulsiona o país”, pontuou.

O presidente da Aprosoja Brasil demostrou preocupação com a ameaça de fim da Lei Kandir. “Se ela deixar de existir será inviabilizada toda a produção brasileira”, finalizou.

Por DATAGRO