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Nos últimos 20 anos tivemos incrementos muito significativos em produtividade e também em área de cultivo. Algumas das nossas lavouras alcançam produtividades altíssimas, que nada perdem para os campeões mundiais em produtividade. Dispomos de ambiente, genética, tecnologia e bons técnicos no campo. Entretanto, a arte de obter altas produtividades não é dominada por todos, parece que boa parcela dos nossos produtores rurais e técnicos está conformada em colher próximo da média.

 

 

Generalizando, pode-se afirmar que a maior parte das nossas lavouras é estabelecida e manejada sem considerar as melhores práticas e tecnologias disponíveis. As nossas lavouras não estão sendo bem construídas. Dentro da mesma generalização, parece claro que falta uma visão de sistema ao processo de produção. Prefere-se apostar em “fórmulas” simples e milagrosas. Neste sentido, “nenhuma prática agrícola, como adubação, manejo, irrigação, etc., pode melhorar a produtividade além dos limites impostos pela semente” (James Delouche e Howard Potts). Esta frase é da década de 1960 e ainda não foi entendida por aqui. Não conseguimos compreender a importância da semente para a agricultura e sua relação com produtividade. O fato é que é através da semente de alta qualidade, bem posicionada no solo, que definimos a distribuição das plantas na lavoura e esta distribuição (boa ou não), definirá a relação de cada indivíduo com o ambiente e com todos os insumos, é daí que saem as altas produtividades. Nada que comece mal terá maiores chances de terminar bem do que se tivesse começado bem.

 

A grande revolução que devemos fazer em nossos processos está no ajuste fino. Não podemos mais apenas olhar para o talhão, para o ha, para o alqueire, tampouco para o metro de linha de plantio. Precisamos acertar as coisas para cada planta que está no campo e para isso toda a semente é importante. Ela deve ser de altíssima qualidade para ser bem distribuída e não falhar. A única forma de controlar o processo de construção de uma lavoura é fazer com que cada semente forme uma planta, no lugar certo. Assim vamos acumular plantas altamente produtivas por área e obter a maior resposta de cada planta com robustos programas nutricionais e de proteção.

 

A precisão demandada no processo de construção de lavouras não permite mais experiências baratas e inseguras.  Para isto, é fundamental proteger as sementes de pragas, doenças e nematoides, desde a fase incial. Utilizar um bom tratamento de sementes é começar a safra com o pé direito. E o tratamento de sementes industrial (TSI) proporciona uma série de benefícios, entre eles, correta disponibilidade de ingrediente ativo na semente, controle de qualidade, produtos compatíveis, formulação específica, seguro para a semente, ambiente e trabalhador. Todos estes benefícios para proteger melhor sementes de altíssima qualidade. Adicionalmente, alguns inoculantes de última geração estão disponíveis apenas neste tipo de tratamento, comprovadamente aumentam a fixação de N e incrementam a produtividade em relação às cepas tradicionais.

 

Para finalizar, temos a obrigação de aumentar a produtividade dos nossos cultivos. Não faremos isso sem tecnologia, conhecimento e precisão. O tratamento de sementes industrial é altamente estratégico neste sentido.

 

* Professor da Faculdade de Agronomia da UFPel com atuação na produção de sementes e geração de demanda.

Fonte: http://www.climatempo.com.br/agroclima/noticia/2016/07/25/o-tsi-no-contexto-da-agricultura-que-precisamos-6904 / Por Paulo Dejalma Zimmer

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