Programa Campo Futuro conclui etapas no Rio Grande do Sul
Encontros foram realizados por videoconferência
O programa Campo Futuro, levantamento dos custos de produção realizado pela CNA e Esalq/Cepea com apoio do Sistema Farsul e Sindicatos Rurais, teve suas etapas concluídas no Rio Grande do Sul. O estado é o único a terminar a coleta de dados até o momento no país. Esta é a 12ª edição do projeto que precisou adotar formato de videoconferência em razão da pandemia de Covid-19.
No total, foram seis encontros virtuais que iniciaram com produtores de Carazinho (21/5), primeiro a realizar com o novo modelo no Brasil e serviu de referência para os demais. O debate serviu para levantar dados sobre os custos de produção das culturas de soja, trigo e milho. Depois vieram as etapas de Bagé (19/6), com soja sequeiro e irrigado; Uruguaiana (23/6), com arroz irrigado; Tupanciretã (14/7), com soja e trigo; Camaquã (16/7), com arroz e soja; e Cruz Alta (16/7), com soja e milho irrigado e sequeiro e trigo. Agora os números estão sendo compilados e devem ser divulgados na segunda quinzena de agosto.
Conforme o economista do Sistema Farsul, Ruy Silveira, foi fundamental a manutenção do programa para garantir a continuidade da série histórica que serve como informação base para os estudos realizados pela Federação. “É importante porque serve para uma série de outros estudos nossos como os índices de inflação do agronegócio, levantamento de impactos econômicos e planilhas de viabilidade econômica”, explica.
Silveira também ressalta que este ano foi marcado pela estiagem e esses dados são importantes para a análise do momento. Ele alega que, mesmo que as informações fossem coletadas posteriormente, se perderia o sentimento do produtor logo após a colheita. E, por isso, destaca a disposição dos sindicatos e produtores em colaborar, mesmo com as mudanças de formato. “Pensamos que poderia ter alguma resistência, mas todos se esforçaram para que desse certo. Demonstra que há reconhecimento do trabalho feito”, avalia.
O economista defende os encontros presenciais para a realização dos debates, mas considera que a realização de videoconferências não comprometeu os resultados. “Foi possível mitigar os efeitos da pandemia com as novas ferramentas tecnológicas. O resultado nos deixou muito feliz, não se perdeu nada em informação. Mesmo que a discussão seja mais rica presencialmente, foi possível garantir a confiabilidade dos dados”, afirma.
O resultado foi tão satisfatório que a Farsul já encaminhou solicitação à CNA para a realização de uma rodada de levantamento de dados de pecuária de corte ainda em 2020. A coleta de informações da cadeia acontece a cada três anos, diferente dos grãos que é anual, mas havia sido transferida para 2021.