Porto Alegre, 26 de março de 2020 – A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), juntamente com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio), divulgou nesta quinta-feira (26) o manifesto “Pela Reativação da Economia Gaúcha”. No documento, as três entidades manifestam sua preocupação com “a ameaça de desabastecimento que poderá ocorrer caso se prolonguem, além de um limite razoável, as proibições de atividades empresariais”, e propõem um retorno gradativo às atividades a partir de 1º de abril.
De acordo com a Farsul, Fiergs e Fecomércio, é preciso levar em conta as cadeias de fornecedores que, mesmo fora da área de saúde e alimentar, – consideradas exceções de segmentos industriais e comerciais -, são essenciais para que o produto final exista, em uma cadeia que não pode ter nenhum elo quebrado. “De nada adianta o campo produzir se o produto ‘in natura’ ou industrializado não chegar ao consumidor”, destacam.
O documento alerta, ainda, que no curto prazo há o risco da falta generalizada de produtos, desde o campo até as lojas. “Assim, o sacrifício será de toda a população. Ainda há tempo de evitarmos o empobrecimento abrupto e irreversível da sociedade”. A proposta apresentada é o de “retorno gradativo das atividades econômicas, permitindo que as empresas – atendendo as recomendações de saúde, como o teletrabalho dos grupos de risco, o distanciamento entre pessoas, etc., firmando protocolos de contingência – possam operar com 50% de pessoal nas suas atividades a partir do dia 1º de abril, e retomando a 100% em 6 de abril, quando o isolamento horizontal já terá cumprido 16 dias”.
Por fim, as entidades reiteram que o bom senso deve prevalecer nesse momento atípico, sem aprofundar ainda mais os problemas sociais decorrentes de um colapso econômico.
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras reduzirá em 15% o preço médio da gasolina em suas refinarias a partir de quarta-feira e manterá o valor do diesel, informou a companhia à Reuters após ser consultada.
A redução ocorrerá em meio a um tombo dos preços de petróleo e derivados por impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores globais da commodity.
Com o novo corte, a queda acumulada de gasolina da Petrobras —responsável por quase 100% da capacidade de refino do Brasil— somará cerca de 40% em 2020, de acordo com informações da petroleira e cálculos da Reuters.
Na semana passada, estatal havia já reduzido o valor da gasolina em 12%.
O preço do diesel, por sua vez, acumula recuo de aproximadamente 30% neste ano até o momento.
Os preços do petróleo Brent já caíram cerca de 60% neste ano, sendo negociados nesta terça-feira a cerca de 27 dólares o barril, com uma queda da demanda diante da pandemia de coronavírus e o aumento da oferta depois que a Rússia e a Arábia Saudita não chegaram a um acordo para reduzir a produção.
O chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, afirmou à Reuters que a queda da gasolina no mercado internacional foi ainda mais brusca que a repassada pela Petrobras aos clientes, em um movimento que parece ser de cautela, uma vez que a companhia não tem como prever como o mercado se comportará nos próximos dias.
“Tem ainda uma quantia boa represada de reajuste que dá para fazer, eu acho que a Petrobras vem adotando uma estratégia de suavizar o movimento, porque ela não sabe se o preço ‘rebota’ daqui a dois dias, o mercado está muito volátil.”
“Também acho que se baixar inteiro, ela começa a trazer problemas sérios para a cadeia. Quem está estocado com o produto, vai ter problemas sérios se reduzir tão bruscamente os preços, o prejuízo pode ser muito grande.”
A petroleira estatal tem reforçado sua política de preços, que segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.
O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
O governo do presidente Jair Bolsonaro prepara nova Medida Provisória (MP) de 5,02 bilhões de reais para o combate ao coronavírus, indicando que o total previsto para o Ministério da Saúde, de 1,6 bilhão de reais, terá como fonte recursos recuperados com acordos anticorrupção no ano passado.
As informações constam em minuta da medida à qual a Reuters teve acesso.
Em 13 de março, o governo já havia enviado ao Congresso uma MP de 5,1 bilhões de reais em créditos extraordinários para o combate ao coronavírus, mas contemplando apenas os ministérios da Educação e Saúde.
Desta vez, o valor de 5,02 bilhões de reais é em crédito extraordinário para os ministérios da Ciência, Relações Exteriores, Defesa, Cidadania e Saúde.
A maior parte dos recursos será direcionada para o Ministério da Cidadania, num total de 3,04 bilhões de reais, para ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família.
O montante de 1,6 bilhão de reais é previsto para o Ministério da Saúde para compra de equipamentos para UTIs, como ventiladores pulmonares. Apenas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são 385,4 milhões de reais. A ideia, nesse caso, é que a fundação disponibilize testes moleculares e testes rápidos para operacionalização de centrais analíticas para diagnóstico do Covid-19.
Ao Ministério da Defesa caberão 220 milhões de reais, a serem empregados para apoio das Forças Armadas no enfrentamento da doença.
Ministério da Ciência e das Relações Exteriores receberão, respectivamente, 100 milhões e 62 milhões de reais. No primeiro caso, os recursos alimentarão o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
No Itamaraty, serão utilizados para assistência a brasileiros retidos no exterior e para cooperação humanitária aos países de menor desenvolvimento com sistemas de saúde deficientes.
Desde a última semana, a equipe econômica tem anunciado medidas para fazer frente aos desafios impostos pela disseminação do coronavírus, tanto em termos de saúde pública quanto em termos de impacto econômico, em meio à avaliação de especialistas mundo afora que o enfrentamento à crise demandará recursos vultosos para atenuar a paralisação que tem sido adotada para frear a contaminação da população.
Na véspera, o governo anunciou um pacote de 88,2 bilhões de reais para ajuda a Estados, incluindo suspensão do pagamento de dívidas junto à União e bancos públicos.
Já o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, prometeu para breve uma MP prevendo a possibilidade de suspensão do contrato do trabalho que trará, no mesmo texto, ajuda do Estado aos trabalhadores.
Antes, o governo havia proposto ao Congresso apenas a possibilidade de suspensão do contrato por até 4 meses, sem pagamento de salário, o que suscitou críticas ferrenhas de políticos e fez o presidente Jair Bolsonaro determinar a revogação deste artigo em particular.
O mercado da soja opera com leves baixas na manhã desta quarta-feira (26) na Bolsa de Chicago. Depois de subir mais de 5 pontos na sessão anterior, os futuros da oleaginosa recuavam entre 0,50 e 1,75 ponto nos principais contratos, corrigindo os últimos ganhos e ainda sofrendo com os temores ligados ao coronavírus.
Assim, perto de 7h20 (horário de Brasília), o março tinha US$ 8,77, o maio US$ 8,87 e o julho, US$ 8,98 por bushel. As cotações testam suas mínimas em algumas semanas na CBOT e continuam sentindo a pressão da aversão ao risco que está alocada no mercado financeiro global.
“O mercado acionário americano já perdeu quase 2 trilhões de dólares nos últimos dias, as commodities agrícolas cederam mais um pouco e o preço do petróleo continua caindo. O COVID-19 que se alastrou principalmente na Itália, Coreia do Sul e Irã provocou certo pânico e caos nos mercados”, explicou o consultor da Cerealpar e da AgroCulte, Steve Cachia.
Além dos impactos da saúde, as perdas econômicas com o coronavírus também são esperadas com bastante severidade e alimentam com ainda mais força e intensidade as preocupações de uma recessão global.
Somente na China, o o vírus já matou quase 3 mil pessoas e infectou mais de 80 mil. O Brasil já tem seu primeiro caso confirmado – um homem de 61 anos, residente de São Paulo, que esteve a trabalho na Itália, outro país onde o número de casos se prolifera rapidamente.
Para a soja, o mercado observa ainda as movimentações da China em torno das possíveis compras de soja que pode fazer nos EUA. O movimento faz parte, em teoria, da fase um do acordo comercial, que entrou em vigor no último dia 15, e os traders seguem atentos sobre quando as aquisições serão, de fato, efetivadas.
O acordo foi assinado pelas ministras Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Julia Klöckner (Alimentação e Agricultura da Alemanha), em Berlim
Os governos do Brasil e da Alemanha assinaram neste sábado (18) memorando de entendimento para Diálogo Agropolítico Alemão-Brasileiro. O acordo foi firmado entre as ministras Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Julia Klöckner (Alimentação e Agricultura da Alemanha), em Berlim.
O acordo prevê cooperação técnica, intercâmbio de informações (seminários, feiras, cursos), visitas técnicas e publicação de material conjunto em diversos setores da agricultura, como bioeconomia, gestão sustentável (solo e água), cadeias agroalimentares sustentáveis, financiamento rural, política agrícola e conectividade. Um grupo, formado por representantes dos dois países e de setores do agro brasileiro e alemão, irão traçar um plano de trabalho e coordenar a execução. O acordo tem duração de três anos, podendo ser prorrogado.
“Esse acordo vai aproximar mais os dois países, trocaremos conhecimento e nós poderemos mostrar a tecnologia que desenvolvemos para criar a agricultura tropical brasileira”, disse Tereza Cristina.
A assinatura ocorreu após reunião de ministros da Agricultura que participam do Fórum Global da Alimentação e da Agricultura (GFFA), com a participação de mais de 200 ministros e secretários de todo o mundo. No encontro, Tereza Cristina reforçou que apenas 2,3% do território da Amazônia são usados para produção agrícola e 10,5% para pecuária, ou seja, mais de 85% do bioma estão preservados. Ela destacou que o Brasil irá difundir o modelo de sistema de plantio direto, que passou a ser bastante usado no país nas últimas décadas, por propiciar a produção com menor impacto no solo e maior rentabilidade ao produtor.
No final do encontro, a ministra voltou a destacar que é preciso buscar o equilíbrio entre a produtividade agrícola e a sustentabilidade, além de defender que agricultura não pode ser apontada como a vilã dos problemas ambientais ocorridos no mundo.
Os ministros assinaram uma declaração final em que se comprometeram na busca por uma agricultura sustentável para atender a demanda global por alimentos.
Com o fim dos compromissos na Alemanha, a ministra segue para a Índia onde terá uma agenda com seus colegas locais antes de integrar-se à comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Antes, Tereza Cristina faz uma parada na Itália, para um encontro bilateral no Ministério da Agricultura local.
Em Berlim, nessa sexta-feira (17), Tereza Cristina teve reuniões bilaterais com Argentina, Holanda, Organização Mundial do Comércio (OMC) e com o diretor-geral da FAO, Dongyu Qu.
Os avanços e os desafios da regularização fundiária rural nos estados foi tema da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na quinta (28), em Brasília. O encontro teve a presença do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo de Melo Filho, e de representantes de institutos de terras estaduais.
“Tivemos um debate muito produtivo. Tratamos da questão indígena, aquisição de terras por empresas nacionais com capital estrangeiro, ouvimos o presidente do Incra e também nove institutos estaduais que trabalham com essa questão da regularização fundiária que é uma prioridade para nós”, afirmou o presidente da comissão, Paulo Ricardo Dias.
“Nós entendemos que a regularização fundiária vai trazer desenvolvimento econômico para essas regiões, diminuir a tensão no campo e ajuda muito fortemente a questão da preservação ambiental”, ressaltou.
Geraldo de Melo falou sobre o trabalho do Incra e disse que seu desafio é destravar o órgão para poder cumprir a meta geral de regularização fundiária no País: 110 mil posses com georreferenciamento e 160 mil posses sem o mapeamento.
“Existe um desafio enorme que envolve o Incra, o governo e os estados também. O Incra não consegue fazer isso sozinho, precisamos de quem está na ponta. A nossa posição não será contrária a resolver o problema”.
Os órgãos estaduais apresentaram a situação da regularização fundiária local. A Paraíba tem um programa que já beneficiou 21 municípios e a meta para este ano é titular 11 mil hectares no estado.
“Fazemos 100% do município. Esse é um trabalho muito importante porque não adianta você fazer a posse de quem nunca teve propriedade e deixar quem tinha o domínio não ter”, explicou Nilvado Magalhães, diretor-presidente da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer).
Magalhães reforçou a importância do debate e da parceria com os sindicatos rurais. “Sem os sindicatos rurais não existe regularização fundiária. E a CNA está de parabéns por esse trabalho brilhante. Espero que envolva ainda mais o Incra e os estados nessa discussão.”
No Pará, o presidente do Instituto de Terras, Bruno Kono, afirmou que está investindo na reestruturação do órgão para desenvolver uma agenda técnica com a modernização dos sistemas e a capacitação da equipe técnica.
“O Pará tem interesse de fazer a regularização fundiária justamente para entregar esse serviço público para quem de fato precisa que é o produtor rural. Eles precisam desse produto, desse reconhecimento do domínio para desenvolver suas atividades.”
Analistas esperam redução na produção e produtividade americana
A quinta-feira (12) começa com leves altas para os preços internacionais do milho futuro na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registravam valorizações entre 1,00 e 1,50 pontos por volta das 09h08 (horário de Brasília).
O vencimento setembro/19 era cotado à US$ 3,49 com alta de 1,50 pontos, o dezembro/19 valia US$ 3,61 com ganho de 1,25, o março/20 era negociado por US$ 3,73 com valorização de 1,50 pontos e o maio/20 tinha valor de US$ 3,82 com elevação de 1,00 ponto.
Segundo informações da Successful Farming, os futuros do milho foram mais altos nas negociações do dia para a noite, antes do relatório de Estimativas da Demanda e Oferta Agrícola Mundial (WASDE).
Analistas consultados pela Agência Reuters disseram esperar que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) calcule a produção de milho em 13,672 bilhões de bushels, com rendimento de 167,2 bushels por acre.
“Isso é menor do que as perspectivas do governo de agosto em 13,901 bilhões de bushels, com um rendimento de 169,5 bushels por acre”, comenta o analista Tony Dreibus.
Com maior participação na história da Expointer, produtores rurais esperam superar o aumento de 40% no total, registrado no ano passado. Nesta semana, concurso escolherá os melhores dos produtos feitos nos campos do RS.
25/08/2019 20h44 Atualizado há uma hora
Produtora Aracema Heldt, de Santo Antônio da Patrulha, comemorou os bons resultados nas vendas durante o primeiro dia de Expointer — Foto: Fernando Dias/Seapdr Produtora Aracema Heldt, de Santo Antônio da Patrulha, comemorou os bons resultados nas vendas durante o primeiro dia de Expointer
O primeiro dia de Expointer, que foi no sábado (24), registrou um aumento de 51,19% nas vendas do Pavilhão da Agricultura Familiar em relação ao mesmo período do ano passado. Os produtos são os destaques desta edição do evento em Esteio, Região Metropolitana de Porto Alegre.
Em 2018, os produtores obtiveram um crescimento de 40,3% em relação ao ano anterior, alcançando a marca de R$ 4 milhões em negócios. O artesanato também teve aumento nos negócios: foram 30.930 peças vendidas, R$ 1.277.968,48 de lucros, 16,17% em comparação ao ano anterior.
É o ano de maior participação da produção realizada nos campos do Rio Grande do Sul, com 316 espaços de comercialização. São 312 produtores do RS, dez de Minas Gerais, quatro do Rio de Janeiro e um do Amapá.
Aracema Heldt, de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte do RS, é uma das produtoras que está animada com o bom início de vendas. Proprietária de uma marca de rapaduras, doces e melados, ela participa pela oitava vez da feira.
“O movimento está melhor do que no ano passado, vendi mais, não esperava vender tanto quanto estou vendendo agora. Vamos ter que voltar para fazer mais doce”, comemora.
Mais do que as vendas, o pavilhão proporciona visibilidade e novos clientes para a produtora. “Estou vendendo melado para uma padaria que conhecemos aqui numa edição passada da Expointer. Comercializamos de 300 a 400 quilos de melado todo mês”, conta.
Melhores produtos
Os melhores produtos da agricultura familiar serão escolhidos nesta semana, no Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar. Serão avaliadas as melhores ofertas nas categorias suco de uva integral, vinho tinto de mesa seco, vinho tinto fino seco, salame, queijo colonial, cachaça prata, cachaça envelhecida (classificação premium e extra premium) e mel.
Confira a programação do concurso
Segunda-feira (26)
9h: avaliação do vinhos tinto de mesa seco e tinto fino seco, além do suco de uva integral 14h: queijo colonial 16h: mel
Terça-feira (27)
9h: avaliação do salame 14h: cachaça prata e envelhecida (premium e extra-premium)
A premiação ocorre na quinta-feira (29)
De acordo com projeção do Ministério da Agricultura, área total plantada com lavouras passará de 75,4 milhões de hectares para 85,68 milhões até 2028/29
O estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2018/19 a 2028/29 prevê que a área total plantada com lavouras no país passará de 75,4 milhões de hectares para 85,68 milhões, um acréscimo de 10,3 milhões de hectares em dez anos. A expansão se dará, principalmente, sobre pastagens naturais e áreas degradadas. O grupo reúne os cultivos de algodão, arroz, feijão, milho, soja (grão), trigo, café, mandioca, batata inglesa, laranja, fumo, cana-de-açúcar, cacau, mandioca, uva, maçã, banana, manga, melão e mamão.
Produzido pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o estudo traz as perspectivas para produção, consumo, exportação, importação e área plantada no Brasil.
De acordo com o levantamento, a área cultivada de grãos (algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale) saltará de 62,9 milhões de hectares para 72,4 milhões de hectares, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,4%, ou 15,3% no período de 10 anos.
Na próxima década, o Brasil vai produzir 300 milhões de toneladas de grãos, ou seja, mais 62,8 milhões de toneladas (27%). O crescimento será principalmente com o aumento da produtividade das culturas.
Crescimento e retração
As projeções apontam para o crescimento das seguintes lavouras: soja (+ 9,54 milhões de hectares), milho segunda safra (+ 4 milhões de hectares) e cana-de-açúcar (+ 1,64 milhão de hectares). Haverá retração nas lavouras de arroz (-1 milhão de hectares), laranja (-100 mil hectares) e mandioca (-180 mil de hectares).
Conforme o estudo, as lavouras que irão perder área, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão, serão compensadas por ganhos de produtividade. A expansão de soja e cana-de-açúcar ocorrerá “pela incorporação de áreas novas, áreas de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área. A área de milho deve expandir-se sobre áreas liberadas pela soja, no sistema de plantio direto”.
“Algumas incertezas são inerentes às características da agricultura e outras, como tensões nas relações comerciais e doenças, que podem afetar as lavouras e as criações, e eventos climáticos extremos, como chuvas, geadas e secas”, explica José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de Políticas e Informação do ministério e um dos pesquisadores.
Entre as regiões do país, o Centro-Oeste terá a maior ampliação da área plantada no período, com crescimento de 26,5 milhões de hectares para 34 milhões de hectares, alta de 28,5%. No Sul, o incremento será de 8%, de 19,5 milhões de hectares para 21 milhões de hectares. No Norte, o crescimento será de 19%, de 3 milhões de hectares para 3,6 milhões de hectares.
A região denominada Matopiba (formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia) “deverá apresentar aumento elevado da produção de grãos assim como sua área deve apresentar também aumento expressivo. As projeções indicam que essa região deverá produzir cerca de 28,7 milhões de toneladas de grãos em 2028/29 numa área plantada de grãos de 8,8 milhões de hectares ao final do período das projeções”, aponta o estudo.