Seguro Rural e taxa de juros são os destaques para a entidade
Ampliação do seguro rural e redução da taxa de juros são os pontos destacados pela Farsul no Plano Safra 2020/2021 anunciado nesta semana pelo Governo Federal. Para a Federação, ainda que os números não sejam aqueles reivindicados na proposta encaminhada pela CNA ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), eles são os possíveis dentro do atual cenário econômica brasileiro e mundial resultante da pandemia do Covid-19.
O aumento de 30% no seguro rural é comemorado por ser considerado a principal política agrícola pela Farsul, em consonância com a CNA. Como explica o economista-chefe da Federação, Antônio da Luz, “Nós privilegiamos o seguro rural porque acreditamos que crédito não gera seguro, mas seguro gera crédito. Um produtor bem assegurado consegue alavancar crédito. E não apenas nos bancos, mas também em outras operações de crédito que serão cada vez mais comuns”, explica.
O economista usa a situação vivida neste primeiro semestre para ilustrar. “Estamos vivendo um ano com uma estiagem terrível e a diferença entre os produtores que tinham seguro e aqueles que não tinham é enorme. A diferença entre grau de endividamento e comprometimento de fluxo de caixa futuros entre segurados ou não é diferente. Não há dúvida de que temos muito a evoluir nos produtos de seguro, que há muito caminho pela frente para termos um produto que realmente atenda”, comenta.
Como comparação, Luz usa os EUA que gastam em torno de US$ 12 bi ao ano com subsídio ao seguro. “Isso dá mais que R$ 60 bi. Para se ter uma ideia, esse é o valor total gasto pela agricultura brasileira em quatro anos. Incluindo todos os custos do Ministério e estatais”, afirma. Ele lembra que há três anos o valor destinado ao seguro era de R$ 200 mi. No plano atual era R$ 1 bi e para o próximo são R$ 1,3 bi. “Um aumento de 30%. Sob esse ponto de vista, o Plano Safra acertou muito na principal política. Ele tirou dinheiro de banco e botou no seguro. E quanto melhor segurado um produtor estiver, mais baixo serão os juros para ele. Isso já está acontecendo e acontecerá cada vez mais”, avalia.
Sobre a taxa de juros de 6% para os produtores que não se enquadram no Pronaf ou nas categorias de pequenos e médios, o entendimento é que a pandemia acabou por transformar o cenário econômico, não viabilizando o pleito da CNA que era de 3%. “Lá em março, na Expodireto, fizemos um workshop para discutir justamente as diretrizes que iriamos propor ao Governo Federal e saímos com o consenso de que os juros que trariam justiça à situação de mercado seria 3%. Só que de lá pra cá nós tivemos a maior pandemia dos últimos 103 anos que bagunçou completamente a economia brasileira. Tínhamos a expectativa de crescer 3% este ano agora é de queda do PIB entre 5% e 7%”, pondera Luz.
Ele ressalta que nesse quadro, juros mais baixos poderiam significar não liberação e recursos aos produtores. “Atualmente os governos aumentam liquidez, baixam as taxas de juros e os bancos empossam liquidez. E é o que acontece no Brasil. O Banco Central reduz a taxa Selic, compulsório, e os bancos, simplesmente, por aversão ao risco, não emprestam dinheiro”, descreve. E o mesmo aconteceria com taxas mais baixas no Plano Safra, “com os juros muito baixos os bancos não irão querer emprestar. Vai ficar lindo o anúncio, todos irão à êxtase e baterão palmas. Só que depois, na hora de pegar o dinheiro, não vai ter porque os bancos não vão emprestar”, aponta.
Mesmo assim, o economista destaca que houve uma redução de 25% nas taxas de juros, caindo de 8% do atual plano para 6% no próximo. “Poderiam ser menores? Poderiam, só que isso antes da pandemia, agora, com essa situação, eu prefiro mil vezes juros acima do que gostaríamos, mas que o produtor acesse do que um juro baixo que o produtor não consiga”, analisa. Luz reforça a importância do trabalho da ministra Tereza Cristina na construção do plano. “Acompanhamos tudo que aconteceu, todas as negociações. Sabemos do grande esforço que a ministra e sua equipe fizeram ao longo de todo o processo. Se chegou no melhor do que foi possível numa situação de extrema volatilidade e aversão ao risco que é o que estamos vivendo em meio a essa pandemia”, conclui.
Levantamento foi realizado pelo escritório internacional da CNA em Xangai
Os impactos causados pela Peste Suína Africana (PSA) à China, que resultaram desde o ano passado na redução brusca do seu rebanho e da produção de carne suína, podem criar oportunidades para o Brasil aumentar ainda mais as exportações de proteínas animais para o país asiático e expandir a participação do agronegócio naquele mercado.
A conclusão é do estudo “Como a Peste Suína Africana influenciou os hábitos de consumo na China”, elaborado pelo escritório internacional da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em Xangai, em parceria coma InvestSP. A publicação mostra que a PSA, aliada à crise da Covid-19, fará com que os chineses demandem mais carnes de outros países para suprir a oferta doméstica.
“Os impactos e consequências dessa crise sanitária devem se estender por um longo período, mas criam grandes oportunidades para empresas brasileiras exportadoras de todos os tipos de proteína de origem animal”, diz o documento. A China, apesar de ser o maior produtor e consumidor mundial de suínos, tem convivido com a redução significativa de oferta do produto e deve importar mais em 2020.
Segundo o estudo, com os reflexos da peste, a produção de carne suína da China em 2019 foi de 42,55 milhões de toneladas, uma queda de 21,3% em relação a 2018, quando a produção de carne suína foi de 54,04 milhões de toneladas. Já o consumo total do produto no ano passado caiu 19% na comparação com 2018. A estimativa neste ano é de que os chineses importem 2,8 milhões de toneladas.
Neste contexto, o governo chinês tomou algumas medidas para atender a demanda interna. Uma delas foi a substituição da carne suína pela carne de frango, a segunda mais consumida pelos chineses. A produção de aves em 2019 cresceu 12,3% em relação a 2018, totalizando 22,3 milhões de toneladas.
“Para ilustrar o tamanho desse crescimento, vale mencionar que de 2017 para 2018, a produção aviária doméstica cresceu apenas 0,6%”, ressalta o estudo, que apontou também uma alta de 55% no ano passado nas importações aviárias, um volume de 779 mil toneladas. A previsão para 2020 é de que a China importe 860 mil toneladas de carne de aves.
A segurança alimentar tornou-se prioridade dos chineses devido à Peste Suína Africana, o que reforça a maior necessidade de importações. Dados oficiais do governo daquele país compilados pelo escritório na China mostram que, no primeiro trimestre deste ano, as compras de carne suína e bovina foram de 951 mil e 513 mil toneladas, respectivamente, elevações de 170% e 65%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019.
Neste contexto, aponta o estudo, os chineses buscam a diversificação de fornecedores de carnes de outros países. Em 2019, o país asiático aprovou a habilitação de 644 plantas frigoríficas no mundo para exportação para a China, com o Brasil representando 7% deste total. De janeiro a abril deste ano, 1.061 já foram aprovadas, sendo mais de 90% delas norte-americanas, devido ao acordo comercial entre os dois países.
Utilizada para o cultivo de vegetais sem a necessidade da utilização do solo, a hidroponia pode garantir benefícios importantes no volume e nos impactos ambientais da produção. A técnica, que funciona em ambiente controlado e com a utilização de soluções nutritivas artificiais e adaptadas para oferecer todos os minerais, água e nutrientes que a planta precisa para se desenvolver, reduz a necessidade de utilização de defensivos agrícolas e permite o plantio o ano inteiro.
“No cultivo convencional, o tempo de crescimento de uma planta depende de diversos fatores, como os nutrientes presentes no solo, uma conservação bem feita, a temperatura do ambiente e as técnicas de plantio adotadas em uma determinada região ou propriedade. Quem adota a hidroponia, consegue reduzir esse período de crescimento, porque oferece à planta uma alimentação balanceada, voltada para as características daquele vegetal”, explica a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, Luana Torres.
O cultivo hidropônico é indicado para o plantio de culturas cujo ciclo é mais rápido. “São plantas pequenas e é possível cultivá-las em alta densidade. Numa pequena propriedade, você pode fazer uma produção em grande escala de alface, por exemplo. A situação é similar para o morango hidropônico, que tem receptividade muito boa no mercado. Utilizando o sistema NFT (Nutrient Film Technique), em que as raízes das plantas crescem numa canaleta com a solução de água e nutrientes, é possível produzir sem o risco de contaminação por fungos e fazer irrigação com uso de fertilizantes apenas quando necessário”, observa Luana.
O ambiente controlado da hidroponia é o que permite o plantio o ano inteiro. “Sabemos que a agricultura está atrelada às condições climáticas, então, quando acontece um período de chuva, a produção pode ser colocada em risco. Da mesma forma, os períodos de seca podem atrapalhar o desenvolvimento vegetal. Se o produtor provém um ambiente controlado, na estufa, e com solução de nutrientes específica para aquele vegetal, consegue manter o plantio sem interrupções, tranquilamente”, garante a coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.
A técnica também é sustentável por conta do consumo controlado de água. “No plantio convencional, a água evapora ou escorre superficialmente e leva embora os nutrientes do solo, o que chamamos de lixiviação. Com a hidroponia, o produtor trabalha num sistema fechado e reduz essas perdas”, explica Torres.
Desvantagens A hidroponia também traz algumas desvantagens que precisam ser analisadas antes da sua implementação. Os custos para a construção da estufa e, se necessário, de um sistema de fertirrigação são elevados. “Alguns produtores tentam economizar, utilizam materiais não adequados e acabam sem criar um ambiente propício para este tipo de cultura, o que prejudica o cultivo”, diz Luana.
A mão de obra também precisa ser especializada, com profissionais capacitados para, por exemplo, monitorar indicadores como o PH e a condutividade da solução nutritiva. Além disso, em alguns casos, a hidroponia ainda não consegue oferecer preços competitivos no mercado. “Cabe ao produtor, nas feiras locais ou na hora de vender para um supermercado, mostrar porque aquele produto dele vale tanto a pena”, diz Luana Torres.
Balanço aponta que, somente pela Assistência Técnica e Gerencial, quase 6 mil produtores rurais do estado foram contemplados entre 2015 e 2019.
Entre os anos de 2015 e 2019, as ações do Senar Mato Grosso do Sul contemplaram mais de 1,1 milhão de pessoas em todo o estado, levando atendimento aos produtores rurais por meio da Assistência Técnica e Gerencial e iniciativas de educação, saúde, qualidade de vida e cidadania no campo. É o que mostra o Relatório de Gestão divulgado nesta semana pela instituição, destaque do ‘Educação no Campo’ desta quarta-feira (10).
Para o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, a produtividade, a integração e a sustentabilidade na agropecuária demonstram a evolução do agro, e também que o Senar/MS vem conseguindo acompanhar esse avanço com responsabilidade e comprometimento.
“O foco principal do nosso trabalho é compartilhar conhecimento e promover grandes transformações no campo. Estamos nos empenhado muito para isso, seja por meio da representatividade do setor, por meio da capacitação com a nossa Assistência Técnica e Gerencial, seja levando educação, saúde, qualidade de vida e cidadania a milhares de pessoas ligadas ao agro”, acredita o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito.
Com o avanço do setor, aumentaram também seus fluxos e demandas, especialmente por qualificação especializada. Em cinco anos, o Senar/MS contribuiu com essa modernização, em número e importância. De 5 cadeias produtivas, passou a contemplar 11, atendendo mais de 5,8 mil produtores rurais de todos os municípios do estado com a Assistência Técnica e Gerencial. A quantidade das visitas técnicas passou de 5,1 mil para 78,4 mil; a da equipe credenciada de 57 para 266 profissionais; e a de recomendações, de 12 mil para 164 mil.
“O aumento na demanda é proporcional à busca por produtividade, tecnificação e melhoria da gestão da porteira para dentro. É um movimento natural e os produtores estão tomando nota dessa atualização, entendendo que a sua propriedade é uma empresa e que, para continuar competitivo na atividade é preciso ter eficiência, acompanhar o ritmo do agro e se manter informado, com capacidade e habilidades para obter o padrão de qualidade exigido pelo mercado”, explica o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan.
Educação – A instituição, hoje, é referência quando o assunto é qualificação no campo. No portfólio são mais de 200 cursos de FPR (Formação Profissional Rural) e PS (Promoção Social). Segundo o relatório, mais de 274 mil pessoas foram capacitadas em cerca de 20 mil cursos realizados no perído. No Seja (Senar Jovem Aprendiz Rural), 500 alunos foram preparados para ingressar no mercado de trabalho. Já nos cursos de Inclusão Digital Rural e Informática Básica e Avançada o total chegou a 627 turmas e aproximadamente 5,7 mil pessoas qualificadas.
Na Educação Formal, que também é alicerce do Senar, já são 1,7 mil alunos matriculados no Curso Técnico em Agronegócio, em nove polos, sendo que 300 estão certificados. No último processo seletivo, tivemos 1,4 mil inscritos, com média de 7,5 candidatos por vaga. Para o Técnico em Agropecuária, modalidade mais recente, foram mais de 1,8 mil inscritos em quatro processos seletivos, média de 3,6 candidatos por vaga.
“Estamos falando de capacitação de nível técnico, gratuita, de qualidade, com certificação, em uma das áreas que mais exige profissionais preparados, desde a prática no campo até o controle e gestão do negócio. Segundo pesquisa que realizamos com alunos, a maioria considera o curso ótimo, sendo que o acesso ao emprego e empregabilidade foi superior a 80% e a melhoria de renda em média de 60%”, detalha Galvan.
Saúde – O Relatório de Gestão deixa claro que a melhoria da qualidade de vida também é uma preocupação do Senar/MS. Em 2016, quando teve início, o Programa Especial ‘Saúde do Homem e da Mulher Rural’, atendeu 120 pessoas. Somente em 2019, mais de 5,7 mil pessoas passaram por 13,4 mil procedimentos entre exames, testes, consultas e palestras, oferecidos em 29 localidades. Em cinco anos foram 18,6 mil pessoas atendidas.
Já no ‘Pingo D’Água’, ação de saúde bucal, os atendimentos aumentaram de 6,3 mil para 9,7 mil, com acumulado de 42 mil procedimentos odontológicos, em 25 municípios, nesse período.
Agrinho – Pensar no futuro, considerando que os alunos em fase escolar fazem parte da geração que representará o agro sul-mato-grossense e do país. Esta é uma das prioridades da instituição. Com o maior programa de responsabilidade social do Senar/MS, que acontece em parceria com Governo do Estado e setor privado, o Agrinho, que em 2015 atendeu 60 mil alunos da rede pública de ensino, superou em 2019 a marca dos 160 mil estudantes, de 472 escolas, em 72 municípios. Em cinco anos mais de 44 mil professores foram capacitados com a metodologia e mais de 716 mil alunos foram alcançados com a iniciativa.
Na editoria ‘Mercado Agropecuário’, você fica por dentro do avanço do setor rural. Confira aqui a matéria na íntegra, que foi publicada na segunda-feira (08).
É com profundo pesar que o Sistema Farsul comunica o falecimento do seu diretor Hermes Ribeiro de Souza Filho, aos 71 anos. A morte aconteceu nesta quarta-feira, dia 10 de junho, em Porto Alegre. Natural de Canguçu, integrava a diretoria da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul desde 1997, sendo também secretário do Conselho Administrativo do Senar-RS. Hermes Ribeiro de Souza Filho era produtor rural no município de Canguçu, onde foi vereador e presidente do sindicato rural. Empresário no ramo da comunicação, era diretor da Associação Gaúcha de Rádio e Televisão (Agert), além de outros cargos representativos assumidos ao longo da vida.
O Sistema Farsul lamenta a perda e agradece o seu companheirismo ao longo de décadas de relevante trabalho dedicado na defesa do produtor rural e do estado do Rio Grande do Sul.
Levantamento realizado pela Farsul mostra que maiores produtores de proteína animal no mundo são também os maiores consumidores
O consumo de proteína animal per capita tem, como principal influência, a capacidade produtiva dos países. Este é o destaque no resultado do estudo realizado pela Farsul sobre o consumo de carnes no mundo. O cenário econômico também tem grande relevância por se tratar de um produto de alto valor no mercado internacional. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (8/6) e consideram o período de 1990 até projeções para 2028, utilizando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre consumo de bovinos, suínos, ovinos e frango no planeta.
A relação entre produção e consumo de carnes acontece em decorrência do alta oferta do produto no mercado interno dos países produtores. O economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz, usa o Brasil como exemplo. Mesmo tendo renda per capita mais baixa, o país acaba por ser um grande consumidor em virtude do seu rebanho, um dos maiores do mundo. “O Brasil tem renda média inferior ao Chile, Canadá, Reino Unido, Coréia do Sul ou Noruega e, mesmo assim, nós consumimos bem mais carne do que esses países. E isso acontece porque nós somos produtores. Poque, neste caso, mesmo você sendo mais pobre, há tanta disponibilidade interna de carne que acaba sendo barata e logo pode ser consumida em larga escala”, explica.
Isso ocorre porque a diferença de preço entre mercados produtores e compradores é superior a da renda. “Ninguém dúvida que na Suíça as pessoas tenham muito mais dinheiro, mas a diferença da renda delas para a nossa é menor que a diferença do preço da carne deles para a nossa. Então, o aprendizado número um é que grandes consumidores são, em geral, grandes produtores. Esses países que produzem carne para exportar são também os que mais consomem internamente. Porque a larga produção aumenta a disponibilidade interna”, afirma.
A relação entre o consumo de carne e o cenário econômico também foi demonstrada no levantamento. Para Luz, três momentos durante o período analisado evidenciam isso. “O primeiro é a queda do muro de Berlim. Porque no momento que ruiu o mundo socialista, nós tivemos a emergência do consumo por conta do aumento da renda e do crescimento econômico da China, do Vietnã e da Rússia” avalia. O economista destaca que durante o período da União Soviética, a Rússia não aparecia na relação dos principais consumidores de carne no mundo, hoje está na frente do Reino Unido e Coréia do Sul, por exemplo.
Mas, o cenário econômico também influenciou na queda do consumo. O período de crises que aconteceram no final dos anos 1990 refletiram em números médios menores, como aponta a pesquisa. “Nós tivemos várias crises. Em particular, não só da Rússia, mas também dos Tigres Asiáticos, ali, naqueles anos e nós vemos uma certa estagnação nas taxas de crescimento do consumo. Em muitos países, inclusive, uma redução do consumo, temporária é verdade, mas ela aconteceu”, comenta e completa “O mesmo aconteceu com a crise de 2008. Nós vemos claramente que em 2008, 2009 e 2010 muitos países retrocedem o seu consumo por conta da crise. Ou seja, quando a economia cresce, expande, o consumo de carnes cresce e expande, quando ela contrai, o consumo de carnes também, porque ambos estão extremamente ligados”.
O Brasil também é usado como exemplo pelo economista. A estabilidade econômica conquistado com o Plano Real garantiu um aumento no consumo per capita brasileiro que praticamente dobrou. No início da série, o consumo médio era de 10 kg por ano. Em 2019 foi de 19,6 kg. “Quando nós estabilizamos a economia brasileira, dobramos o consumo de carnes. Justamente pela possibilidade das pessoas acessaram mais proteína animal que é um produto caro em qualquer lugar do mundo. Com uma alta inflação fica muito difícil conseguirmos ter esse alto consumo. O Brasil abandonou tempos sombrios de inflação e passou a conviver com estabilidade, com moeda forte e isso foi também muito importante para o consumo de carne”, conclui.
Além das funções administrativas, Ateg e cursos do Senar-RS também retornam
O Sistema Farsul divulgou nota oficial onde anuncia a retomada parcial de suas atividades em forma presencial. Embora as funções administrativas não tenham parado, elas estavam sendo realizadas em sistema de home office. A Assistência Técnica e Gerencial (Ateg) e os cursos do Senar-RS também estão retornando onde for permitido conforme sistema de bandeiras instalado pelo governo estadual.
As atividades na sede do Sistema Farsul são apenas de expediente interno e em sistema de rodízio, sendo feito de forma alternada entre presencial e home office para evitar a aglomeração e seguindo as demais orientações das autoridades de saúde para garantir a segurança de todos no exercício de suas atividades.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, divulgou vídeo anunciando as medidas após reunião da diretoria executiva da Farsul, Senar-RS e Casa Rural.
Asiáticos também tiveram grande aumento no consumo per capta de aves
O brasileiro está comendo mais que o triplo de carne de frango do que em 1990, conforme aponta estudo realizado pela Farsul sobre consumo de carne no mundo. De 13,5 kg iniciais, ele consome atualmente quase 41 kg per capita. O levantamento é baseado em dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e considera informações de 1990 até as projeções para 2028. Israel, que no início do período, estava atrás dos EUA, assumiu o primeiro lugar na tabela e permanece como maior consumidor de aves do mundo.
O economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz, destaca que diversos fatores influenciaram no consumo mundial da carne de aves e precisam ser considerados para compreender melhor o cenário. “O consumo de carne de frango também reserva suas particularidades, suas riquezas e para quem quer entender, ter seu planejamento sobre esse mercado, precisa compreender as mudanças que ocorrem nesse período”, explica.
Luz aponta o crescimento nacional como exemplo. Mesmo com o grande investimento realizado por Israel, que justifica a posição de líder do ranking, o aumento do consumo no Brasil chama a atenção. “Nós vemos claramente que após a estabilidade econômica, após o Plano Real, o Brasil dá um salto no consumo per capita de frango”, avalia.
E se os asiáticos mostraram grande desempenho no consumo de carnes bovina e suína, com o frango não foi diferente. O Vietnã, que em 1990 tinha consumo per capta de 2,1 Kg tem projeção de atingir 13,7 kg neste ano. Já para a China, que nem aparecia entre os primeiros 15 países consumidores no planeta pelo consumo baixo, a estimativa é de 12 kg em 2020. “Vemos um crescimento de seis vezes nesses dois países. Entretanto, ainda é um consumo muito baixo comparado aos demais. Ou seja, eles estão crescendo muito, de forma exponencial, mas não representam, em termos globais, grandes consumidores. Isso mostra que ainda há muito a crescer por lá”, comenta o economista.
O Sistema FAEP/SENAR-PR irá realizar, a partir de junho, uma campanha de prevenção contra a dengue. A ação da entidade tem como objetivo divulgar informações, cuidados e orientações sobre a doença que afeta a população do Paraná e, principalmente, orientar professores e alunos das redes pública e privada sobre situações que possam afetar a saúde.
O tema principal da campanha será a dengue, doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e altamente disseminada no Brasil e na América Latina. Em diversas regiões do país, a dengue é considerada uma epidemia. Ainda, a grande quantidade de casos registrados, principalmente no verão, representa um desafio sanitário para as autoridades e coloca em risco parte significativa da população. Mesmo nesta época do ano, com a proximidade do inverno e a pior seca das últimas duas décadas no Estado, o número de casos é preocupante.
No Paraná, o número de notificações cresceu drasticamente neste ano, principalmente nas regiões Norte, Noroeste, Oeste e no Litoral. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Paraná registra sua pior epidemia de dengue da história, fato que o coloca entre os Estados com maior número de incidência de casos. Entre o dia 14 de março e 16 de maio, segundo dados da Sesa, o Estado registrou mais de 114 mil casos da doença, com 90 óbitos. A taxa de letalidade é de 3,4 por 100 mil habitantes no Paraná. Por conta da preocupação com a disseminação da doença, o tema dengue será trabalhado por meio de atividades online como parte da campanha de prevenção da doença.
“A dengue é uma situação preocupante no Paraná, que precisamos, além dos cuidados com a saúde, ter uma postura voltada para a educação da sociedade. Precisamos mostrar para as pessoas como se faz uma boa prevenção para evitar mais casos no Estado. A nossa campanha tem esses motes: saúde e educação”, aponta Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
“A dengue continua sendo uma situação emergencial no Paraná. Temos um número grande de casos, muitos complicados, e até mesmo óbitos. Neste momento em que vivemos a pandemia de coronavírus, surgiu a preocupação de também voltarmos um pouco da nossa atenção para a dengue, utilizando a informação e a educação como forma de prevenção”, aponta Débora Grimm, superintendente do SENAR-PR.
O combate à dengue já era uma preocupação do Sistema FAEP/SENAR-PR. Tanto que orientações de prevenção contra a doença já estavam contempladas no material didático do Programa Agrinho, reformulado no ano passado e que seria utilizado neste ano pelos professores e alunos das escolas das redes pública e privada do Paraná. Mas, com o cancelamento da edição 2020 do programa e a paralisação das aulas por conta da pandemia do coronavírus, o material didático não será distribuído este ano. A decisão, além de alinhada às orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, tem por base a preocupação da entidade com o aproveitamento escolar dos alunos em meio ao comprometimento de parte do ano letivo.
“Há algum tempo, a dengue é uma preocupação nossa, tanto que estava contemplado no novo material didático do Programa Agrinho. Como não iremos utilizá-lo na íntegra esse ano, optamos por desmembrar a parte da doença para disponibilizar aos professores e alunos”, explica Patrícia Lupion Torres, consultora do SENAR-PR e idealizadora do Programa Agrinho. “Dentro da campanha de prevenção, os professores poderão utilizar os materiais voltados para dengue para ensinar as melhores formas de prevenção e cuidados aos alunos que, certamente, irão repassar aos seus pais e familiares”, acrescenta.
Conteúdo
A campanha de prevenção contra dengue será desenvolvida em formato inteiramente remoto, ou seja, por meio de Educação a Distância (EaD) e uso de ferramentas online. O próprio personagem Agrinho será o mascote desta campanha, já que possui uma grande identificação com os milhares de alunos do Estado.
O Sistema FAEP/SENAR-PR, para isso, está disponibilizando no seu site (www.sistemafaep.org.br), num espaço exclusivo, uma série de materiais, nos mais variados formatos sobre o tema da dengue.
Entre outras atividades, professores das redes pública e privada do Paraná poderão participar de uma capacitação profissional com carga-horária de 40 horas.O curso desenvolvido pelo SENAR-PR conta com materiais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, com o objetivo de levar ainda mais conhecimento sobre a dengue aos docentes. Os professores interessados poderão se inscrever na capacitação, de forma gratuita, a partir de junho.
Ainda, os conteúdos retirados do material didático do Programa Agrinho poderão ser utilizados junto aos alunos. Todos os arquivos estão disponíveis no site do Sistema FAEP/SENAR-PR, visto que não haverá distribuição de material físico.
“Considerando toda a situação das aulas presenciais suspensas nas escolas públicas e privadas do Estado, a única forma de atingir os professores e alunos é por meio das plataformas online. Por isso, neste momento, o curso, os materiais e os conteúdos foram formatados pensando nessa proposta”, destaca o gerente do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR, Arthur Piazza Bergamini.
Em breve, também serão disponibilizados outros materiais, vídeos e jogos sobre os cuidados com a dengue. A ideia é fornecer materiais com especialistas da área da saúde que complementem as informações no combate à doença.
Além das orientações sobre o combate à dengue, os materiais elaborados pelo Sistema FAEP/SENAR-PR para a capacitação dos professores e alunos também trazem conteúdos e atividades sobre o coronavírus a serem trabalhados como forma de conscientização.
Concurso
Como forma de fomentar ainda mais a campanha de prevenção contra dengue, o Sistema FAEP/SENAR-PR irá realizar um concurso para premiar as melhores iniciativas desenvolvidas pelos professores e alunos de todas as regiões do Paraná. Assim como os materiais, o concurso será realizado totalmente de forma remota.
“Queremos, além de ajudar no trabalho de conscientização da população e, consequentemente, redução dos casos de dengue no Paraná, reconhecer os esforços dos nossos professores e alunos. Por isso, considerando o cenário atual, elaboramos um concurso que irá premiar as melhores ideias”, destaca a superintendente do SENAR-PR. “Entendemos que esse concuso é mais uma forma de fomentar os cuidados que as pessoas precisam ter contra a doença”, acrescenta.
O concurso terá as categorias Desenho (1º ano), Redação (2º ao 9º ano) e Prática Pedagógica, sem divisão por escolas das redes pública e privada. Futuramente, no período de inscrições, o professor será o responsável por fazer o upload dos materiais dos alunos no site do Sistema FAEP/SENAR-PR. Na Prática Pedagógica, o docente terá que enviar um vídeo de até três minutos descrevendo as estratégias pedagógicas utilizadas para trabalhar e desenvolver os conteúdos com a turma. Nenhum trabalho deve ser enviado via Correios, somente pelo site da entidade.
A Secretaria Municipal de Saúde anunciou que chegou o resultado da coleta realizada no início da semana que ainda estávamos aguardando, o qual também é NEGATIVO. Então seguimos sem casos confirmados, 7 descartados, 15 em monitoramento e sem suspeitos.
Na região da 17ª CRS somam 34 casos confirmados, segundo o Boletim Epidemiológico COVID-19 19/2020, atualizado em 28 de maio de 2020, às 13h.
Reforçamos a solicitação para que não haja aglomeração de pessoas e que os munícipes mantenham as medidas preventivas, redobrando os cuidados com a higiene, principalmente lavando bem as mãos antes de tocar o nariz, olhos e boca e usando máscaras sempre que precisarem sair de casa.
Número de contato VIGILÂNCIA SANITÁRIA – Secretaria Municipal de Saúde: (55) 9 9732-6031.
Nas UBSs serão atendidos apenas os casos de urgência e emergência. Por isso, pedimos que a população compareça nas unidades apenas em casos de extrema necessidade.