A despeito da confiança do setor produtivo rural ter apresentado sinal de melhoras, de acordo com o mais recente dado do Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), um conjunto de fatores preocupantes ainda paira sobre a atividade. A avaliação foi feita pelo gerente do Departamento de Agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Antônio Carlos Costa, durante evento de insumos agropecuários, que se encerra nesta quarta-feira (17), em São Paulo (SP).
A Fiesp em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) são as entidades responsáveis pelo indicador ICAgro, que no resultado relativo ao segundo trimestre registrou a maior variação positiva da série histórica, atingindo 102,1 pontos [otimismo moderado], interrompendo oito trimestres consecutivos de pessimismo.
Segundo Costa, cinco são os riscos, todos relacionados ao cenário macroeconômico, que mais ameaçam o desempenho do agronegócio, sendo o mais preocupante certa tentação de aumento de tributos. De acordo com o dirigente, reajustes de PIS/Cofins, ICMS e alterações na contribuição previdenciária do segmento foram ventilados recentemente, tendo como pano de fundo problemas financeiros de Estados e União. “O fato é que se imagina que como o agronegócio vem sendo a exceção positiva da economia, o setor pode ser onerado, e assim gerar caixa para arcar com despesas que são de responsabilidade do Poder Público.”
Para Costa, a taxa de juros estacionada em patamar elevado, mesmo com a perspectiva de recuo da inflação, o eterno gargalo da infraestrutura logística, bem como o câmbio apreciado, com o real se valorizando sobre o dólar, são outros pontos de preocupação. Segundo ele, como o agronegócio é um setor dolarizado, as flutuações cambiais têm impacto significativo na rentabilidade do segmento, especialmente pelo fato de que o produtor rural comprou insumos com um dólar mais alto e pode ter que vender a produção a uma cotação mais baixa da moeda.
Ademais, de acordo com o dirigente, um ambiente regulatório difícil relacionado a temas fundiários, trabalhistas, ambientais, fiscais, entre outros, também é motivo de preocupação. Para ilustrar a problemática nesta questão, Costa citou levantamento do Departamento de Agronegócio da Fiesp, o qual aponta que o Brasil teve a preposição de 35 mil novos Projetos de Leis nos últimos dezesseis anos. “Uma nova lei dessas tem a força para mudar toda a regulação do setor.”
Fonte: http://www.uagro.com.br/editorias/agricultura/2016/08/17/possibilidade-de-aumento-de-tributos-preocupa-o-agronegocio.html / Por DATAGRO